Nessa semana, dia 01 de fevereiro, o Banco Central do Brasil iniciou, oficialmente, a primeira fase do projeto que promete revolucionar a relação dos clientes com as instituições financeiras: Open Banking.
Como o próprio presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, mencionou, o Open Banking está em linha com a agenda do Banco Central de “democratização dos serviços financeiros através da tecnologia”.
O Open Banking será um sistema de serviço de compartilhamento de dados de clientes (informações cadastrais e financeiras) para outras instituições financeiras, mediante o consentimento do cliente.
Mas qual a vantagem para o cliente?
O projeto parte da premissa que o consumidor é o dono dos seus dados cadastrais e financeiros, e não os bancos. Assim, ao permitir compartilhar seus dados com outra instituição, fomenta e facilita a conseguir melhores ofertas e produtos.
Vamos para um exemplo prático (e fictício).
O “cliente A” possui conta em um “Banco X” há mais de 10 anos, e todos os produtos financeiros estão concentrados nessa instituição.
Ele solicita um financiamento para compra de um novo carro.
O “Banco X” que possui todo o histórico de relacionamento e comportamento do cliente efetua uma análise e aprova um valor R$XX com uma taxa de juros XX% ao mês.
O “Cliente A” bate na porta do “Banco W” onde ele não possui conta (logo, essa instituição financeira não possui todas as informações de anos de relacionamento que o “Banco X” tem).
Assim, por mais que utilize ferramentas de análise, ainda estará em desvantagem. Isso pode acarretar em ofertar um produto de financiamento com condições menos competitivas para o cliente.
Com o Open Banking, que considera clientes PF (pessoa física) e PJ (pessoa jurídica), o cliente poderá permitir o acesso dos dados do “Banco X” (onde ele possui conta) para o “Banco W” efetuar uma análise mais detalhada, e, quem sabe, conseguir melhores condições para o seu financiamento de carro.
Assim, espera-se que com o Open Banking haja maior transparência, maior competitividade, melhor experiência do cliente, mais liberdade para o cliente e, também, provocar as instituições a buscarem desenvolvimento de melhores produtos e serviços.
O projeto contempla 4 etapas, sendo a 1ª etapa chamada de “open data” iniciada essa semana – 01 de fevereiro.
Nessa etapa, os clientes ainda não serão impactados, pois trata-se da etapa de mapeamento dos produtos e serviços das instituições participantes, incluindo canais e horários de atendimento, visando uma padronização dos dados.
A partir das próximas etapas haverá a interação com o cliente.
Cronograma:
2ª etapa – a partir de 15/julho
3ª etapa – a partir de 30/agosto
4ª etapa – a partir de 15/dezembro
As etapas serão divididas por blocos de produtos e serviços que passam a ser compartilhados no sistema, ou seja, a cada etapa mais produtos e serviços passam a estar aptos a compartilhamento entre as instituições participantes, mediante autorização do cliente.
O Open Banking será regulado pelo Banco Central e os participantes obrigatórios serão os grandes bancos, instituições financeiras, já reguladas pelo BACEN (classificadas como S1 e S2).
Serão participantes voluntários as chamadas instituições de pagamento, como por exemplo, Nubank.
Vale lembrar que o Brasil não é o primeiro a implantar esse sistema. O Reino Unido foi o pioneiro com início em 2018, depois a Austrália, e há também outros países que estão avaliando.
Vamos continuar acompanhando todas as notícias sobre o Open Banking e compartilhando com vocês. Afinal, esse é um tema que pode impactar positivamente a sua vida financeira.