ESG e os fundos de investimentos sustentáveis

Um dos assuntos que temos visto bastante nas mídias é a chamada sigla ESG, ou ASG em português, que no último ano tem ganhado força no mundo dos investimentos no Brasil. Mas afinal, o que é isso?

De forma simples, a sigla ESG significa:

E (environmental – questões ambientais),

S (social – questões sociais),

G (governance – questões de governança corporativa)

e é utilizada para avaliar as empresas e seu desempenho de acordo com as práticas realizadas nesses três pilares. Uma visão mais sustentável e que ultrapassa as barreiras de focar somente nos puros “lucros financeiros”.

Aquela história de que empresa boa é aquela que dá lucro, não é mais suficiente no mundo atual. De um lado, os consumidores estão mais conscientes e cobram das marcas um posicionamento mais claro dentro desses temas ESG. Do outro, o declínio da teoria de pensar só no lucro financeiro no mundo dos negócios nos últimos anos.

Um dos precursores e defensores desse pensamento é Larry Fink, CEO da Black Rock, uma das maiores gestoras de ativos do mundo. Em suas cartas anuais enviadas aos CEOs, ele deixa claro que a empresa não alinhada com questões climáticas e sociais, cria um ponto de atenção, podendo ser visto como impeditivo para inclusive, não receber mais investimentos. Falar sobre negócio perene e de longo prazo, é pensar também em questões climáticas, ambientais e sociais.

Esse movimento não é recente. O segmento de investimento responsável já alcançou a marca de US$ 31 trilhões no mundo, segundo dados do Global Sustainable Investment Alliance.

Os desafios climáticos enfrentados mundialmente nos últimos anos e, mesmo a pandemia de 2020, aceleraram esse movimento. Estamos falando de uma tendência e realidade global.

Os consumidores estão cada vez mais de olho nas empresas que contribuem de forma positiva para a sociedade e para o planeta (e isso vai além dos números positivos e cheios de zeros nos balanços). Com toda essa “onda positiva”, várias instituições financeiras começaram a lançar produtos sustentáveis e, dentro desse portfólio, temos os fundos de investimentos ESG.

Nos EUA fala-se em ESG há bem mais de uma década. Um estudo de 2019 compilado pela Morgan Stanley, apontou a existência de 281 fundos de investimento com foco em ESG.

No Brasil, o movimento de investimento sustentável também não é recente. Temos o Índice de sustentabilidade empresarial da B3 (ISE B3) que foi criado em 2005 e foi o 4º índice de sustentabilidade criado no mundo.

No entanto, o foco em disponibilizar uma gama de produtos sustentáveis para os investidores ainda é bem tímido, comparado com mercados mais avançados como europeu e americano, mas sim, tem crescido no último ano.  No ano de 2020 esse movimento ganhou mais força no mercado brasileiro e está crescendo cada vez mais.

Por aqui, encontramos fundos que estão disponíveis somente para os chamados “investidores qualificados” e outros, abertos ao público geral.   Pesquisando, já encontramos várias das grandes instituições financeiras oferecendo algum tipo de fundo de investimento ESG em seu portfólio de produtos como: Santander, Itaú, Bradesco, XP, entre outros e, dentre os tipos de fundos, também há variações como fundos multimercados e fundos de ações.

Vale lembrar que, como qualquer investimento, sempre há risco envolvido. Fundos multimercados e fundos de renda variável possuem mais risco, é fato. E, nesse caso, não é diferente. Por exemplo: se você possui perfil de investidor para aplicar em fundos multimercado ou renda variável e verifica na instituição que mantém relacionamento que eles possuem esses fundos com características ESG, isso pode ser mais uma opção para sua  avaliação.

De forma geral, fazem parte do fundo de investimentos ESG empresas que foram avaliadas com boas práticas numa visão ESG. No final das contas, atrai a atenção de investidores que buscam um investimento sustentável, ou seja, aliar investimento a sustentabilidade.

Há estudos que mostram que empresas com esse perfil acabam tendo uma performance superior à média das demais.

Especialmente no Brasil como já mencionado anteriormente, esse mercado ainda é novo e, algumas regras do que seria uma empresa com “selo ESG” ainda não são tão claras, o que pode gerar eventuais futuras reclassificações. Mas, certamente é um tema que está em ebulição e que o mercado está atento para os ajustes necessários, afinal, pensar em ESG parece menos uma moda e mais um caminho sem volta pensando numa sociedade 5.0.

Se você tem interesse nesse assunto, vale conferir na instituição financeira que possui relacionamento, se eles já possuem na carteira opções de fundos ESG e avaliar. Reforçando sempre claro, a necessidade prévia da avaliação (se faz sentido ou não o investimento considerando seu perfil investidor e a finalidade do investimento a ser feito).

Até a próxima.

Para quem quiser acessar a carta anual mencionada neste artigo: https://www.blackrock.com/br/larry-fink-ceo-letter

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